ARQUITETURA DE ILUMINAÇÃO ************* http://www.angelaabdalla.com.br/ *********** PROJETOS LUMINOTÉCNICOS

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Feng Shui e a Iluminação





A arte e a harmonia do bem localizar
Há milhares de anos, os chineses vem tentando canalizar e harmonizar as forças ambientais para melhorar as suas vidas. Eles acreditam que, se bem posicionadas no universo, podem intensificar o seu equilíbrio com a natureza e por consequência, aumentar as boas oportunidades. Desta forma, eles tem a certeza de que as suas vidas ligam-se magicamente ao ambiente que os circunda, seja ele natural ou construído.

Gerado nos primórdios do pensamento chinês, o Feng Shui evoluiu a partir de mais de 3500 anos atrás, como uma mistura de taoismo(em algumas escolas taoísmo e budismo), teoria yin/yang de equilibrio e unidade com a natureza, senso comum e superstições milenares parcialmente perdidas em suas próprias raízes, tudo isto aliado à percepção de um especialista no assunto.

Atualmente, poderíamos defini-la como sendo a arte e a harmonia do bem localizar.

A sua função maior é a de trabalhar a energia vital ambiental ( ou ch'i , como o chamam os chineses )em busca de equilíbrio, que por consequência vai beneficiar o ch'i dos usuários deste local, sempre procurando alcançar o máximo de harmonia com o Universo.O Feng Shui trabalha com o simbolismo e com a metáfora, sendo ele o elemento que propicia a oportunidade em todos os setores da nossa vida, apresentando-se curiosa e simultaneamente místico e pragmático.
O que mais atrai um crescente número de interessados no assunto é a possibilidade de melhorar as oportunidades nos mais diferentes aspectos de suas vidas, através da utilização de curas ou "aliados", a serem posicionados nos mais diversos compartimentos de suas edificações. E, dentre estes "aliados" principais, destacamos aqui a utilização da luz e suas inúmeras possibilidades de aplicação nesta linguagem.

Sob o aspecto metafórico, a luz simboliza a energia do sol, sem a qual a vida no planeta estaria condenada. Em interiores, as luminárias representam, simbolicamente, este elemento natural.
A luz possibilita e estimula a circulação da energia vital (ou ch'i ) sem ocupar espaço físico, sendo esta uma característica única dentre os principais "aliados" propostos pelo Feng Shui.
A luz pode ser utilizada em áreas vazias, escuras, sem uso ou monótonas, elevando o ch'i do local. Quando utilizada conjuntamente com a aplicação de cores ( outro poderoso "aliado" no feng shui ), seja na arquitetura ou na decoração de interiores, podem se complementar num resultado harmonioso e promissor.
Luminárias instaladas no jardim ( ou estão espetadas em vasos para interiores ), com o seu cone luminoso direcionado para as plantas, atuam metaforicamente como um microcosmo da natureza, simbolizando pequenos sóis, contribuindo pra elevar o ch'i do ambiente.A luz pode ser ainda aplicada para destacar uma determinada peça ou quadro, ou mesmo para valorizar outro aliado qualquer, ativando os seus predicados visuais e por consequência, os seus efeitos benéficos.
Buscando atender a um crescente interesse pelo assunto, resta aos fabricantes da área de iluminação criar nichos em sua produção para abastecer o mercado com luminárias desenvolvidas dentro dos padrões de cores e formas definidas pelo Feng Shui, valorizando e explorando as inúmeras possibilidades de utilização da luz dentro desta linguagem.


Fonte: Lume Arquitetura por Victor Hugo Camerano
Imagem jardim de inverno :*projeto da designer de interiores Solange Guerra

domingo, 25 de abril de 2010

Iluminação Esportiva
























Pré-avaliação


Antes de iniciar o projeto luminotécnico de um estádio é preciso conhecer suas características físicas, a começar pelas dimensões da área de jogo.
O mais importante é uma visibilidade sem obstrução visual dos jogadores e dos objetos do jogo.Por isso, o segundo passo é verificar se há arquibancadas. A partir daí, avalia-se possíveis locais para instalação de postes ou estruturas para fixação dos projetores. No caso de uso de postes, estes devem sempre ficar atrás das arquibancadas. Em estádios com amplas áreas cobertas - como se tem visto nas últimas copas - as altas torres de iluminação já não são mais adotadas e, neste caso, os projetos luminotécnicos tem o cuidado de integrar todo o equipamento à arquitetura da construção.
Uma vez estudada a arquitetura do local, é preciso então saber que atividades serão desenvolvidas:treinamento ou competição. Isso vai determinar as variáveis que entram nos cálculos luminotécnicos.
No que diz respeito a índices de iluminamento e temperatura de cor,atualmente, é fundamental também saber se o espaço servirá a transmissão televisiva, porque câmaras exigem níveis mínimos para captação. Caso exista probabilidade de atividades televisionadas, será necessário conhecer o posicionamento previsto para as câmaras, pois elas dependem diretamente de uma boa iluminância vertical.

Visibilidade

Os critérios de visibilidade são: contraste, estado de adaptação do olho, ausência ou restrição de ofuscamento, tamanho aparente do objeto e velocidade aparente do objeto.
O contraste entre jogadores e objetos do jogo contra seu fundo é de primordial importância.
O estado de adaptação de olho determina a visibilidade ao contraste.
O ofuscamento pode ser extremamente prejudicial, chegando a interferir no desempenho dos jogadores ou atletas.
No que diz respeito ao tamanho do objeto e sua velocidade aparente, quanto menor ele for e mais rápido seu deslocamento, maiores serão as exigências para o contraste, estado de adaptação e ofuscamento.

Luminância e Iluminância

A luminância depende do fluxo incidente e da refletância. As superfícies refletantes são:o objeto do jogo, a vestimenta do jogador, a superfície do campo ou da quadra, a arquibancada e os espectadores.
Uma vez que as superfícies horizontais são prevalescentes para quase todos os esportes, a iluminância horizontal - que influi no estado de adapatação do olho - é o primeiro fator a ser considerado para a boa visibilidade. Porém, outros fatores, como a iluminância vertical, a distribuição uniforme e a participação da luz no reconhecimento da forma tridimensional do objeto, são igualmente importantes.
Há níveis de iluminância recomendados.Para os que atuam na partida(jogadores, juízes e treinadores),300 lux seriam suficientes, garantindo conforto visual e reduzindo drasticamente o ofuscamento. Já para os espectadores, 750 lux são necessários para uma boa visão, mesmo que o campo fique mais distanciado, como é o caso de pistas de atletismo. A transmissão de TV, normalmente exige 1400 lux.

Iluminância horizontal

Uma iluminâancia horizontal adequada é importante para criar o devido contraste do objeto do jogo e jogadores ou atletas com relação ao fundo. Além do mais, determina o estado de adaptação do olho. A iluminância necessária depende do nível do jogo, da velocidade da bola ou outro objeto(a movimentação rápida dos jogadores também deverá ser condiderada), além da distância máxima entre os jogadores e cada um dos jogadores e a bola durante o jogo.

Iluminância vertical

A iluminância vertical é essencial para o reconhecimento dos objetos.Especialmente em torneios e jogos profissionais com grande número de espectadores, bem como em competições televisionadas. É considerada num plano vertical perpendicular sobre a linha de visão do espectador.

Uniformidade

A iluminância horizontal deve ser uniforme de maneira que toda a área fique bem iluminada. A uniformidade vertical é igualmente necessária para tornar os jogadores bem visíveis em qualquer ponto do campo.
Uma boa qualidade de uniformidade é conseguida através de uma focalização adequada dos projetores. Para isso, deve-se utilizar um software próprio para este tipo de aplicação, através do qual se pode simular os prováveis resultados da luz.
Após a obtenção de uma uniformidade teórica adequada através de simulação com o software, basta repetir estes pontos de focalização no campo de jogo.
Quanto mais uniformidade de luz melhor para a prática de esportes e melhor para a transmissão.

Ofuscamento

Os fatores que influenciam no ofuscamento são: posição, altura de montagem e pontos de focalização dos projetores individuais; intensidade luminosa e distribuição de luz dos projetores e eventuais acessórios; o estado de adaptação do olho, produzido pela iluminância do fundo.
O ofuscamento é evitado com os devidos conjuntos de projetores, lâmpadas e reatores, instalados em posições e alturas convenientes, mas nunca é eliminado totalmente.
Em campo de treinamento, a linha imaginária que liga o ponto mais alto do poste ao centro do campo deve fazer um ângulo com a superfície do campo de no mínimo 21 graus. Em campos com o televisionamento, este ângulo deve ser de no mínimo 25 graus. Desta maneira, determina-se a altura dos postes a ser utilizada.
Outro fator para evitar ofuscamento é a escolha de projetores de aberturas óticas adequadas. Em postes laterais ou próximos das laterais do campo, deve-se optar por modelos de facho aberto. Já nos que ficam nas diagonais ou laterais distantes, é indicado o uso de projetores de facho assimétrico.
Além dos postes, costumam ser instalados também projetores nas catenárias, ao longo de marquises ou em estruturas criadas para esta finalidade.
Não é aconselhável a iluminação indireta em ginásio de esportes, uma vez que este tipo de sistema é ineficiente e, consequentemente, antieconômico. O correto é a utilização de sistemas adequados e que ofereçam conforto visual, além da eficiência.

Lâmpadas

As lâmpadas mais recomendadas são as de vapor metálico alta pressão, com temperatura de cor de 5800K (que corresponde à luz do dia), sendo aceitáveis 4000K.

Tendências

A tendência no que diz respeito à iluminação esportiva é o desenvolvimento de projetos luminotécnicos integrados à moderna arquitetura dos espaços, com o uso de equipamentos cada vez menores, mais leves e eficientes.


Fonte: Lume Arquitetura

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Iluminação de Igrejas Católicas







Iluminação deve contemplar arquitetura e liturgia
Elemento essencial na caracterização do espaço, a iluminação deve estar vinculada às características arquitetônicas e ao tipo de atividade realizada no ambiente, e como todo lugar utilizado pelo homem, a igreja requer iluminação adequada à sua função.
Para se desenvolver um projeto de iluminação de uma igreja, portanto, é necessário entender a organização de seu espaço e de sua liturgia, o que requer um estudo de sua organização espacial, das exigências da celebração, das orações individuais e comunitárias. Só assim se tem condições de definir uma iluminação e efeitos de luz que melhor atendem a determinado edifício-igreja.


Arquitetura religiosa

O Concílio Vaticano II, em 1963, renovou a liturgia provocando mudanças na organização dos espaços da igreja. Agora, quem celebra não é mais o clero, e sim todo o povo reunido em assembléia. Há um retorno à simplicidade e funcionalidade e um abandono do simbolismo excessivo. O altar é o centro do templo e deve ser único e estar próximo do povo, que se reúne ao redor dele.
As novas igrejas devem ser construídas para atender a liturgia renovada,e quanto às igrejas antigas, são orientadas para que sejam conservadas e adaptadas. O núcleo da igreja é o espaço celebrativo. Nave (lugar onde se reune a assembléia) e presbitério (local onde se desenvolve as ações litúrgicas) juntos traduzem o significado da igreja durante a celebração dos católicos.Na organização da igreja, três peças litúrgicas merecem a atenção: o altar(mesa da eucaristia), o ambão(mesa da Palavra) e a cadeira da presidência(sédia ou cátedra). A assembléia se reune em torno do altar,do ambão e da cadeira da presidência. Estes elementos decidem através de uma adequada inter-relação, a organização do espaço para que se realize uma celebração litúrgica.

A luz como instrumento na ambientação

Na ambientação de uma igreja, deve-se levar em conta que sentimentos e emoções fazem parte do encontro do ser humano com o Divino. Todos os elementos na igreja tem uma específica presença no espaço e um significado simbólico. Na intenção de sugerir mensagens e sentimentos de espiritualidade, a iluminação incorpora os elementos do espaço que estão na arquitetura, nos elementos artísticos, nos ornamentos e objetos litúrgicos. A iluminação deve ser concebida de tal modo que não distraia o fiel, e sim que o ajude a meditar.
O uso da luz natural faz parte de uma estratégia arquitetônica. A maneira como a luz entra e interage com a forma e o espaço cria ambiências na igreja. A entrada indireta de luz e sua inter-reflexão nas superfícies produzem um ambiente com iluminação difusa e relaxante que favorece a calma interior, propiciando o recolhimento e a oração. Uma focalização de luz com maior brilho no presbitério é desejada para dar destaque e guiar o olhar dos fiéis.
Um feixe de luz pode chamar a atenção para determinado lugar no interior do edifício, como um objeto ou uma superfície, assim como também pode representar o aspecto simbólico da luz, uma luz que vem de cima, uma luz divina.
A iluminação artificial é utilizada como um importante instrumento da ambientação.Efeitos visuais criados com diferentes formas de aplicação de luz dão expressão ao espaço e podem ser utilizados. Os efeitos de luz e sombra valorizam a percepção do espaço.
A não-uniformidade de luz e a baixa intensidade luminosa ajudam no relaxamento e privacidade e podem ser usadas nos momento de recolhimento e oração individual.Por outro lado, maior intensidade na iluminação e uniformidade no local da assembléia dão um aspecto de ambiente festivo, ideal para os momentos de louvor e canto.
Por meio da utilização da luz, os espaços podem adquirir diferenciação de acordo com a importância, estabelecendo uma hierarquia com diferentes níveis de iluminação. Graduações de brilho criam ambientes diferentes e o brilho concentrado atrai a atenção, mostra um caminho.
Um efeito discreto de claro-escuro, uma graduação de luz e sombra em que partes com mais brilho tem função maior, reforçam a organização espacial. No momento da celebração da eucaristia, é desejável a utilização de luzes de destaque no presbitério para criar focos de atenção e uma luz mais difusa, confortável e uniforme no espaço da assembléia. Mesmo com todo o interior da igreja iluminado, o presbitério, local onde se desenvolvem as ações litúrgicas, deve ser o local de maior brilho.
Uma iluminação dirigida às três peças litúrgicas fundamentais - altar,ambão e cadeira da presidência-evidenciam os objetos e também as ações desenvolvidas neles.Porém,deve-se evitar um grande contraste entre presbitério e nave para que não se crie uma separação entre esses dois espaços. Nave e presbitério juntos é que traduz o significado do espaço na celebração, portanto, a iluminação deve conectar estes espaços, jamais separá-los.
A nave pode ter uma iluminação para uso diário e outra para grandes celebrações. O clima festivo dado à celebração é criado com maior intensidade de luz na nave. Ao contrário, o clima de recolhimento se dá com baixa intensidade de luz. Além das orações comunitárias, existem as individuais. Para as orações individuais, uma boa iluminação é aquela que remete as pessoas à introspecção.
A ambientação pode ser realizada com pouca quantidade de luz no lugar onde se encontra o fiel, e uma luz direta com mais brilho no altar, o centro da igreja. No caso das devoções ao santo, é recomendável uma iluminação mais dramática dirigida à imagem.

Aspectos funcionais

Na iluminação do espaço celebrativo busca-se atender a quatro objetivos: favorecer as ações litúrgicas; criar uma atmosfera apropriada para a meditação, oração e celebração; valorizar os elementos que constituem o espaço; e garantir o conforto visual. As formas básicas de distribuição de luz usadas nos projetos em geral também são usadas na iluminação de igrejas tais como:iluminação geral; de destaque ; e de tarefa.
A iluminação artificial pela sua própria tecnologia, oferece muitas possibilidades. Associam-se focos de luz direta com difusa nos pontos de atenção. Aplica-se o nível recomendado de luz e uniformidade no plano de trabalho. Direciona-se luz às paredes, tetos e elementos arquitetônicos, como complemento à iluminação geral. Trabalha-se com luz, sombra, forma, texturas, cores e também com os espaços. A iluminação artificial pode valorizar a arquitetura, os elementos litúrgicos e simbólicos e ainda sinalizar os espaços e objetos que se quer evidenciar. Existem igrejas onde o local do presbitério tem muita informação, o que é muito comum em igrejas antigas. Neste caso, deve-se ter cuidado com o que iluminar e com que intensidade de luz. Um contraste muito grande poderá desviar a atenção dos fiéis na hora da celebração.
A nave onde ficam os bancos, é o local onde os fiéis rezam, cantam, escutam a Palavra e lêem os ofícios. Assim, justifica-se uma iluminação geral e uniforme, com nível suficiente para a realização da tarefa de leitura. Dependendo do projeto, pode-se criar um clima de mistério usando luz e sombras, mas isto não deve ser feito no nível de leitura e sim nos espaços vazios, ou num nível acima das pessoas.
Uma iluminação muito intensa não é acolhedora nos momentos de escuta e reflexão. Por outro lado, uma maior intensidade de luz é requerida nos momentos em que a assembléia é o sujeito da ação litúrgica.
Com os avanços tecnológicos em relação aos sitemas de iluminação já se tem condições de produzir ambientes controlados pela luz, e isto pode ser aplicado em espaços onde se pretende obter diferentes níveis de iluminação.
A iluminação de uma igreja envolve iluminação diurna e noturna. Alguns ambientes podem necessitar de mais luz durante o dia enquanto outros necessitam de iluminação somente à noite ou na hora da celebração.É recomendado que o sistema de iluminação articial seja integrado com iluminação natural. Muitas são as ferramentas que auxiliam na aplicação da luz no que diz respeito ao efeito que se quer dar ao espaço ou aos elementos. O desafio é encontrar soluções adequadas para cada igreja e levar em conta todos os aspectos de forma conjunta.

A iluminação cênica nas igrejas

A finalidade da iluminação cênica nas igrejas é ressaltar a subjetividade do espaço nas diferentes zonas de atuação da liturgia. Como a liturgia é um processo dinâmico, é possível, como no teatro, destacar as ações das celebrações usuais e solenes e suscitar diferentes emoções que induzem à participação no ministério celebrado. A iluminação de uma igreja, mesmo estática na focalização, pode fazer um movimento por meio das intensidades de brilho, de acordo com as necessidades do momento.
No caso das igrejas antigas, para resolver a adaptação litúrgica, recorre-se à luz para criar um novo cenário dentro do antigo, uma nova ambiência da igreja, trazendo o "novo" altar para a cena, valorizando o patrimônio artístico,histórico e cultural, mas não vivendo a igreja do passado.



Fonte: Lume Arquitetura por Eliva de Menezes Milani

domingo, 18 de abril de 2010

Iluminação Comercial





O desafio de eliminar o risco de acidente elétrico


O objetivo de todo sistema de iluminação é proporcionar um ambiente visual adequado para realização das tarefas executadas pelos usuários do espaço. Ou seja, a luz deve ser fornecida e direcionada à superfície de trabalho para que os ocupantes destes ambientes tenham condições de desenvolver suas atividades com conforto e segurança.
Quando se trata de loja , a agressividade comercial por parte dos empresários tem feito com que eles busquem cada vez mais as estratégias de marketing, e uma das ferramentas tem sido a iluminação artificial. Como podemos observar em algumas lojas, especialmente de centros comerciais, são usados efeitos cenográficos a fim de criar ambientes propícios às vendas.
Iluminar estes espaços, nos últimos tempos, tem sido verdadeiro desafio para os arquitetos e lighting designers, porque esta tarefa requer elevado grau de conhecimento, com base nos critérios fundamentados na luminotécnica e em conceitos arquitetônicos. Além disso, é preciso atender às normas de instalações elétricas vigentes, objetivando a eliminação de riscos de acidentes com a eletricidade e com os equipamentos.

As vitrines devem ser tratadas de tal forma que sejam capazes de chamar a atenção do cliente,
despertar a sua curiosidade e, consequentemente, atraí-lo para o interior da loja. Para este fim, a utilização de luz cênica tem trazido bons resultados, no entanto, é necessário muita atenção e critério ao especificar os fachos das fontes de luz, de forma que o resultado seja o de criar volumes, ressaltar formas, criar sombras e ter toda a área de interesse iluminada.
Quando se trata de lojas situadas em locais privilegiados pela luz natural, deve-se buscar alternativas para controlar a incidência da luz natural nas vitrines, a fim de evitar reflexos que possam prejudicar a visualização dos produtos. Caso contrário, o projeto poderá exigir a instalação de equipamentos de elevadas potências na vitrine, para promover o equilíbrio entre as quantidades de luz natural e artificial.
Há que se considerar também, que a quantidade de luz natural oscila bastante no decorrer do dia, e que em determinados horários, a contribuição é muito elevada. Por este motivo é aconselhável que o lighting designer tire partido de elementos de sombreamento, atenuando a intensidade de iluminação natural nos locais de interesse.
Para lojas situadas nos interiores dos edifícios, como shoppings e galerias, recomenda-se trabalhar com sistemas dimerizáveis que possibilitem a variação de potência nas lâmpadas, dando ao projeto flexibilidade de efeitos. Nos casos em que o projetista recorre a efeitos cenográficos, devem ser utilizados equipamentos que assumam o controle da luz, de acordo com efeitos programados.
De um modo geral, o nível de iluminação das vitrines deve ser alto, e as lâmpadas devem ter IRC e temperatura de cor adequado a cada necessidade. O termo IRC, índice de reprodução de cor, refere-se à capacidade de uma lâmpada reproduzir a cor do objeto iluminado, e temperatura de cor indica a "brancura" da luz. Algumas temperaturas de cor bastante comuns são: 2800K (incandescente), 3000K (halógena), 4100K ( fluorescente branca fria) e 5250K (fluorescente luz do dia).

Luz com segurança

Ao observar as lojas, é fácil constatar a grande quantidade de lâmpadas halógenas utilizadas na iluminação geral, de contorno e destaque. Estas peças são escolhidas pela facilidade de instalação, pela sua luz brilhante e alto índice reprodução de cor.
Muitas dessas fontes de luz são alimentadas em EBT - extra baixa tensão ( tensão inferior a 50V ), como é o caso das AR111 e das dicróicas, que são especificadas na potência de 50W, em 12V. A facilidade de utilização, principalmente em vitrines, onde o transformador pode ser alojado remotamente, oferece certo nível de segurança. Apesar disto, não é dispensável a observação às normas, que exigem o uso de equipamentos de proteção (ABNT NBR 5410 5.1.3.2.1.1 , de 1997).
O uso de dispositivos de proteção à corrente diferencial-residual nominal I n igual ou inferior a 30mA é reconhecido como proteção adicional contra choques elétricos. Esta proteção provida pelo uso de dispositivo diferencial-residual de alta sensibilidade, visa a atender casos como os de falha de outros meios de proteção e de descuido ou imprudência do usuário (ABNT NBR 5410, pág.49).
A regulamentação obriga o uso do interruptor diferencial residual (DR). Este dispositivo não é um disjuntor, e sua função principal é proporcionar proteção pessoal contra faltas à terra, evitando choques elétricos, e proteção de patrimônios, uma vez que correntes para a terra de 500mA podem gerar arcos, faíscas e provocar incêndios.


Fonte: Lume Arquitetura

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Iluminação de Piscinas








Sucesso em todos os Verões, as piscinas são sempre bem-vindas. Elas não são mais apenas um acessório no contexto geral da residência; com o desenvolvimento do segmento de paisagismo, tornaram-se um importante elemento visual na área externa de uma casa.
A escolha do tipo de iluminação deve levar em conta critérios decorativos, luminotécnicos, de segurança, economia de energia, baixa manutenção e custo.

O básico

Até pouco tempo, a iluminação de piscinas era feita através de lâmpadas do tipo "sealed beam"(conhecidas como lâmpadas de automóvel), adaptadas em grandes nichos normalmente feitos de cobre instalados durante a construção das paredes da piscina. A quantidade de luz era satisfatória, mas as desvantagens eram grandes. Eram comuns os casos de infiltração através do nicho. Além disso, quanto à luminária em si, as peças eram grandes, interferindo muito na arquitetura da piscina. Ocorria exudação do vidro e acumulo de água, degradação da borracha de vedação, quebra do vidro ( causando acidentes ), oxidação e formação de manchas verdes de zinabre (que escorre pelas paredes), parafusos emperrados, dificuldade de manutenção subaquática (exigindo esvaziamento da piscina), queima constante de lâmpadas e alto risco de choque.

O "up grade" deste tipo de iluminação foram as luminárias para lâmpadas halógenas do tipo dicróicas, igualmente instaladas em nichos metálicos ou termoplásicos que melhoram sensivelmente o aspecto visual. Esta é a solução adotada mais comumente, principalmente pela questão de custo inicial, embora o consumo de energia seja elevado. É o que chamamos de "o básico" em iluminação de piscinas.

FIBRA ÓTICA

Com o surgimento da fibra ótica para aplicação em iluminação de piscinas, além de uma série de vantagens quanto à segurança, a possibilidade do uso de cor tornou-se "sonho de consumo" de muitos clientes, embora a iluminação "branca", funcional, também faça "parte do pacote".
Seu principal ponto a favor é a inexistência do risco de choque , pois não há eletricidade em contato com a àgua. A lâmpada fica à distância. Ter a fonte de luz à distância significa, também, que não há esvaziamento da piscina para troca de lâmpada.. A distribuição de luz com este tipo de tecnologia é bem mais homogênea e os pontos de luz tem dimensões bem pequenas, não interferindo negativamente na arquitetura.
A desvantagem é o custo inicial. Este tipo de iluminação é bem mais caro que o "básico", no que diz respeito à aquisição e instalação do sistema. Em contra partida, o custo operacional é baixo devida à baixa manutenção e economia de energia elétrica.

A iluminação com fibra ótica pode se dar em dois tipos de sistemas - perimetral ou através de spots - com finalidades diferentes. Ambos possuem efeitos de troca de cores opcionais, com possibilidade de "congelamento"em uma determinada cor.

O sistema perimetral utiliza um tipo de fibra ótica chamado sidelight, que tem emissão de luz lateral, ou seja, a luz é emitida ao longo de todo o comprimento da fibra. Sua finalidade é realçar o perímetro da piscina, quando colocado em sua borda. É indicado, normalmente . para efeito decorativo, em piscinas já construídas.

O sistema com spots é feito com cabos de fibra ótica pontuais, ou seja, a fibra conduz luz por toda a sua extensão, mas a emissão só se dá na ponta. As fibras são acopladas a spots instalados nas paredes laterais da piscina. É um sistema recomendado para piscinas em construção ou reforma, em que se pode prever a passagem da tubulação necessária. A fibra mais recomendada é a multifilamentos, que possui mais flexibilidade e durabilidade que as antigas fibras maciças.

No caso de iluminação por fibra ótica, o iluminador-fonte de luz-é instalado distante da piscina. A fonte é composta de uma única lâmpada, sendo a de vapor metálico o tipo mais recomendado. Na frente da lâmpada é colocado um disco com filtros de cor.

O bom resultado da iluminação com fibra ótica em piscinas depende diretamente de dois fatores: a qualidade dos materiais fornecidos- incluindo iluminador, fibras e spots de acabamento- e de um bom suporte ao projeto por parte do fornecedor.

LED

A tecnologia de LEDS vem abrindo espaço neste campo subaquático. Spots são instalados nas paredes laterais da piscina. Para que haja a possibilidade de troca de cor é preciso que a luminária seja específica para tal ( equipamentos com Leds em tricomia-fusão aditiva RGB-ligados a controladores do tipo colormix).

A vida útil de 50.000 a 100.000 horas é o ponto mais forte dos LEDS - uma vez corretamente instalada a luminária, não há necessidade de troca de fonte de luz por anos. Outra vantagem é que praticamente não há liberação de calor ( o calor liberado não é dissipado pelo feixe de luz).

Quanto às desvantagens, assim como a fibra ótica , custo é o primeiro da lista. No caso de LEDS de baixa potência é preciso um número maior de pontos luminosos e os de alta potência tem um custo ainda mais alto.
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Independente do sistema adotado para iluminação de piscinas, atualmente ainda se pode combiná-los ao recurso de automação. Com um controle remoto pode ser acionado todo um sistema.
Entre as necessidades básicas para a boa iluminação, com qualquer uma das tecnologias citadas, está a cor do azulejo usado no interior da piscina. Um revestimento de cor clara auxilia na iluminação. O azulejo muito escuro absorve parte da luz, tornando o resultado decepcionante.


Fonte: Lume Arquitetura

quinta-feira, 8 de abril de 2010

LUZ , PERCEPÇÃO E COMPORTAMENTO







A iluminação pode desempenhar importante papel reforçando a percepção espacial e alterando o nivel de atividade e o estado de ânimo do usuário.
A luz podendo influenciar a percepção, é capaz, por exemplo, de fazer um espaço parecer maior ou menor. Se distribuída de maneira uniforme pode fazer um espaço parecer maior, mas ao mesmo tempo, pode fazê-lo parecer pouco interessante ou monótono, pela ausência de sombras. Assim como, iluminação não uniforme pode fazer um espaço parecer menor,particularmente se as paredes e os cantos forem escuros, podendo também criar uma sensação de intimidade.
Iluminação periférica tende a promover atitudes de relaxamento.
Na verdade, a distribuição de luz não uniforme costuma não ser benéfica ao conforto, mas é mais expressiva. Assim, a luz pode ser utilizada também como fins estéticos.
A iluminação pode ser descrita, de um modo geral, como difusa ou direta. A luz difusa minimiza as sombras e fornece uma atmosfera mais relaxante e menos estimulante. Quando a luz difusa é usada sozinha, nenhum dos objetos no campo visual é destacado. Já o uso da iluminação direta pode dar destaque e sombras que enfatizam textura e forma.
A luz pode também criar um efeito dramático quando há um grande contraste, ou seja, um ambiente com muito brilho ao lado de um na penumbra.
Diferentes graduações de brilho podem ser usadas para criar ambientes festivos ou românticos. O brilho concentrado em determinado local atrai a atenção.
Um sistema pode ser projetado com determinada intenção de comportamento. Podemos produzir iluminação num plano horizontal de realização de determinada atividade, tornando subordinados os elementos verticais e que estejam localizados acima do plano de atividade. Valorizam-se assim, as atividades e pessoas situadas nesse plano iluminado. O resto do ambiente, que compõe o entorno, aparece como uma área neutra ou como uma influência visual subordinada. Essa situação tende a aumentar o alerta dos ocupantes para o detalhe próximo, para as outras pessoas, e seus movimentos. E, essa condição parece encorajar uma atitude de agregação e envolvimento entre os ocupantes. ( FLYNN, J.E. , SEGIL , A.W. ,1970 ).
Por outro lado, ao se reduzir a iluminação nas áreas horizontais , aumentando-se a das áreas verticais e acima do nível da cabeça , são gerados espaços impessoais, a percepção para detalhes nas áreas próximas é menor e as pessoas situadas na área central da atividade tendem a aparecerem mais como uma silhueta. Essa condição, então, torna as atividades localizadas na área principal subordinadas ao ambiente como um todo. Avaliando tal situação, essa condição tende a induzir uma atitude mais introspectiva na pessoa, produzindo uma atmosfera mais intimista , na qual os indivíduos tem a sensação de relativa privacidade ou autonomia. ( FLYNN , J.E. , SEGIL , A.W. , 1970 ).
Como resultado dessas influências no comportamento, altas intensidades da iluminação geral, tende a contribuir para um aumento da atividade e eficiência, enquanto que baixas intensidades tendem a reforçar uma atitude mais calma.
Logo, considerando-se os fatores humanos , a luz não deve apenas iluminar, mas também funcionar como um fator de auxílio à Arquitetura e Decoração , realçando determinadas formas ou elementos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Iluminação de Hospitais: Humanizando ambientes








CUIDADOS FUNDAMENTAIS

É impossível falarmos da luz sem falarmos das cores.Ambas interferem nas sensações do ser humano que responde tanto ao ritmo dos sons,quanto às pulsações da luz,às cores e a diminutas variações de temperatura (Ferguson - 1980). Luz e cor dão caráter ao ambiente e não existe fórmula mágica. A luz deve possibilitar que as atividades humanas ocorram com maior conforto e segurança.

EFEITOS NEGATIVOS

Deve-se evitar os seus efeitos negativos ao iluminar os ambientes para conforto dos pacientes e dos funcionários, qualificando os campos para as atividades que ali devem ocorrer, dentro de princípios fundamentais de luminotécnica.Não se pode esquecer que o campo de visão de um paciente acamado é o teto e a luz direta é fonte de desconforto ocasionando ofuscamento. A iluminação deve ser indireta e a luminária ser adequada a tal campo de visão.
Lâmpadas e luminárias tem que ter um perfeito casamento.Nem todas as luminárias podem receber lâmpadas eficientes.Este é um dos erros mais comuns,depois do famoso apagão.
Muitos dos efeitos da luz influenciam biológica e psicologicamente o indivíduo.Podem causar fagiga, distorção da visão, redução da produtividade, cansaço, alteração no ciclo circadiano e estresse ao sistema visual(nervo ótico). Os efeitos são entre outros:

a)brilho excessivo da fonte de luz (alta luminância);
b)refletância de uma fonte de luz sobre uma superfície brilhante;
c)contraste excessivo entre os pontos de luz e sombra;
d)tamanho e posição inadequados da fonte de luz;
e)tempo de exposição à alta luminância;
f)iluminância baixa em áreas com superfícies com cores saturadas;


O layout, tipo de ambiente e a funcionalidade devem ser considerados e não simplesmente atender às normas distribuindo luminárias. O campo de trabalho deve ter luz adequada às necessidades do usuário.

SUBSTITUIÇÃO DE LÂMPADAS

Um dos problemas que se observa com frequencia é a substituição de lâmpadas. Reatores e lâmpadas devem ser compatíveis. Muitas vezes, por não serem encontradas no mercado ou por haver interesse em reduzir consumo, substitui-se lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas em luminárias que não foram projetadas para este tipo. Ocorre ofuscamento devido ao bulbo exposto, além do que, a lâmpada não tem aproveitamento, porque seu desenho de luz não é compatível com a luminária.

VARIAÇÕES DE LUZ

Os padrões uniformes desinteressantes e monótonos da luz branca interferem psicologicamente.Portanto, sempre que possível, variações de luz devem ser introduzidas, pois podem melhorar o ânimo das pessoas.Convém que algumas áreas sejam projetadas cuidadosamente mais claras que outras. Uma luz de destaque direcionada para objetos artísticos ou para algo interessante pode proporcionar uma atmosfera "qualitativa", modificar o caráter do ambiente e reduzir a monotonia.

Fonte: Lume Arquitetura - por Marilice Costi