ARQUITETURA DE ILUMINAÇÃO ************* http://www.angelaabdalla.com.br/ *********** PROJETOS LUMINOTÉCNICOS

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Iluminação de Museus


Os dez "mandamentos" da iluminação de museus

  • níveis mínimos de iluminância (lux);
  • uniformidade;
  • controle de ofuscamento;
  • versatilidade da luz;
  • boa reprodução de cor;
  • boa aparência de cor;
  • valorização da arquitetura e dos espaços;
  • relação entre luz natural e artificial;
  • economia de energia;
  • conservação das obras de arte;


Níveis mínimos de iluminância
A norma 5413 da ABNT trata das Iluminâncias de Interiores. Os níveis de iluminância para os diversos ambientes de um museu podem ser verificados por essa norma, em suas diferentes tipologias: lojas, restaurantes e bares, circulações, sanitários, repouso/espera, bilheteria, administração, etc. Como categoria geral "Museus", no item 5.3.61 a norma estabelece:
Geral 75 - 100 - 150
Quadro (iluminação suplementar) 150 - 200 - 300
Esculturas e outros objetos 300 - 500 - 750

Uniformidade
A uniformidade pode ser definida pela relação do nível mínimo de iluminância pelo nível médio (Emin/Emed). Recomenda-se que a relação seja no mínimo 0,5. No caso de espaços de exposição não existe recomendação explícita a este respeito e essa decisão fica a cargo do partido luminotécnico proposto por cada arquiteto. Neste sentido encontramos ambientes com iluminação uniforme e outros com altos graus de desuniformidade, que destacam as obras expostas.

Controle de ofuscamento
O controle de perturbações visuais causadas, principalmente, pela visão direta das lâmpadas, por grandes áreas de aberturas de luz natural e reflexos indesejáveis, é um dos principais requisitos do ponto de vista do conforto visual. Algumas estratégias para resolver isso são:

  • no caso na iluminação natural: preferir o sistema zenital ao invés do lateral, e sempre com o controle das superfícies iluminantes por meio de rebatedores e ou difusores/sistema indireto;
  • no caso de iluminação artificial: adotar luminárias que atendam ao critério de controle de ofuscamento; trabalhar com a estratégia de luz indireta e, quando optar pela iluminação direta ou semidireta, posicionar as fontes de luz corretamente em relação à superfície a ser iluminada.

Versatilidade da luz
A necessidade de flexibilidade do sistema de iluminação se mede pelas características do local a ser iluminado, se ele requer a criação de diferentes atmosferas de luz, o que é condição sine qua non para museus naquelas áreas que abrigam as exposições temporárias. Isso hoje é facilmente conseguido com os sitemas de controle e dimerização do tipo DALI ou DMX, por exemplo.

Boa reprodução de cor
A boa reprodução de cor é um requisito necessário na grande maioria dos espaços interiores. Hoje, a tecnologia das lâmpadas, independentemente de sua tipologia, já resolveu o problema da boa ou excelente reprodução de cor aliada à economia de energia:tanto as halógenas quanto as de vapor metálico e fluorescentes propiciam elevada reprodução de cor. Já os LEDS oferecem ainda certa limitação nesse sentido, o que não significa que eles não possam ser utilizados em várias aplicações em um museu.

Boa aparência de cor
Não existe recomendação específica sobre isso,e tudo vai depender do que será exposto, da forma como isso é feito, das características das cores do ambiente e objetos, além de de ter ou não a presença da luz natural.Neste sentido vale a recomendação clássica sobre conforto visual,ou seja,quanto menor o nível de iluminância menor a temperatura de cor desejada e vice-versa.

Valorização da arquitetura e dos espaços
A luz é um dos principais fatores de valorização dos espaços e da arquitetura, já que é responsável por cerca de 80% de nossa percepção ambiental.
É importante que o projeto luminotécnico seja integrado ao arquitetônico, tanto para realçar determinadas características do espaço de exposição quanto para orientar os usuários nos seus diferentes percursos, ou valorizar o que está exposto.


Relação entre luz natural e artificial
Frank Lloyd Wright já havia pensado nisso para o Guggenheim de Nova York, quando propôs um sistema de gradação dos níveis de iluminâncias da luz natural em conformidade com a natureza das obras.Quando a luz natural não fosse suficiente, seria complementada pela artificial. E quando aquela fosse maior que o necessário, seria regulada por dispositivos de controle, tendo sempre a luz natural como fonte principal de iluminação.

Economia de energia
Um projeto luminotécnico, sem dúvida, tem de ter critérios muito rígidos em relação à economia de energia. E, para contemplar essa necessidade, deve fazer uso da melhor tecnologia hoje disponível no mercado, tanto do ponto de vista da escolha das lâmpadas quanto das luminárias e de seus equipamentos complementares e de gerenciamento. Esta tecnologia aparentemente mais cara é indubitavelmente a mais econômica, pois gera, em curto espaço de tempo, a amortização do investimento realizado, com a redução dos gastos com energia.


Conservação das obras de arte
A conservação das obras de arte - item fundamental para a correta iluminação desses objetos - depende, também, de outras variáveis, tais como: temperatura do ar, a umidade relativa e a poluição atmosférica. O efeito do calor radiante é um processo que consiste na absorção de alguma proporção da radiação incidente, pelos objetos causando a elevação da sua temperatura superficial, a qual permite acelerar as reações químicas acionadas pelos processos fotoquímicos. Tem como efeitos visíveis o endurecimento, descoloração e quebra das superfícies, danos que ocorrem de forma mais significativa em materiais higroscópicos ( pela perda de umidade ) ou em superfícies dotadas de diferentes camadas de materiais.
O papel da conservação é fazer com que a faixa de dano seja a menor possível. Para o controle do ultravioleta proveniente da radiação solar temos alguns tipos de vidro e películas assim como tintas especiais para as superfícies internas e, principalmente, a estratégia de projeto, por meio de iluminação indireta (difusa).
Para o controle do ultravioleta, proveniente das fontes artificiais, temos como opções fontes de luz como LED e fibra ótica, que não emitem UV, além de:
-Filmes e películas (lâminas flexíveis de poliéster ou plástico acetato com absorvedores UV), colocados como envidraçados sobre trabalhos emoldurados ou como materiais para construção de vitrines;
-Estojos (acrílico rígido ou policarbonato fazendo parte da própria luminária);
-Filtros aplicados diretamente sobre as lâmpadas (para tubular,coberta com plástico absorvedor de UV);para halógenas com vidro dicróico e filtros gelatinosos.
Quanto à radiação infravermelha oriunda da radiação solar: o controle pode ser associado ao desenho térmico do edifício, aos estudos de insolação, à adoção de elementos de controle de radiação solar (brises, pérgulas, beirais, toldos, prateleiras de luz, dutos de luz,etc.), vidros com baixo fator solar, películas de controle ou filtros nos vidros das aberturas.
Para o controle do infravermelho emitido pelas fontes artificiais temos: a escolha da fonte de luz, como LEDS e fibra ótica que não emitem IV, e, principalmente, o correto projeto de iluminação artificial com posições e distâncias corretas das fontes em relação aos objetos expostos.



Fonte: Lume Arquitetura por Nelson Solano *matéria completa na edição 39

4 comentários:

  1. Perfeito seu post, Angela!
    Você não teria como informar também uma média do custo da iluminação de um museu de arte, por m² talvez? tenho certeza que seria uma informação interessante.
    Outra: sabe de algumas normativas relacionadas à temperatura de museus de arte?
    abs

    T.G.

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  2. otimas informações pude encontrar aqui. muito obrigada.

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