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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Iluminação para Idosos




PERCEPÇÃO VISUAL

A fisiologia da visão revela que o olho humano começa um processo de redução da sua capacidade visual. Como se sabe o olho adulto é uma esfera de aproximadamente 2,5cm de diâmetro que como todo o ser vivo, vai envelhecendo ao longo de sua existência. Em particular antes dos 60 anos há uma necessidade imperiosa com o uso de óculos que visam corrigir a acuidade visual. Posteriormente, os líquidos ou humores aquoso e vítreo, presentes no interior do globo ocular, bem como o cristalino e a córnea, começam a alterar os índices de refração e a sua coloração. Como consequência, o idoso dos 70 anos é, por assim dizer, uma pessoa que enxerga de forma amarelada, resultando daí uma necessidade de mais luz para ver semelhante ao jovem.
Para o projetista de iluminação é muito importante verificar que estas alterações na longevidade devem se traduzir em projetos específicos de iluminação. Fundamentalmente, os idosos precisam de mais luz, de maior iluminância que, conforme as recomendações da Sociedade de Engenharia de Iluminação Norte Americana (IESNA), se traduzem pelo dobro da necessidade usual. Um ambiente onde transitam idosos deve, no mínimo, apresentar 200 lux para as áreas de circulação, 400 lux para atividades de cunho geral e 600 lux para atividades específicas de cunho localizado. Entretanto, não é isto que se vê normalmente. Basta visitar clínicas ou lares geriátricos para se ter uma idéia do quanto se está longe de cumprir esta exigência.

CRITÉRIOS TÉCNICOS

Não basta, simplesmente,uma maior iluminação. É necessário que as fontes luminosas não sejam ofuscantes. O aumento da idade após os 60 anos começa a revelar que o ser humano é mais sensível às fontes de luz. Isto identifica dois tipos básicos de distribuição luminosa, perfeitamente caracterizados na literatura técnica como iluminação indireta ou semi-indireta. Parece que, em um mundo que busca a eficiência energética, estes dois tipos de iluminação são aqueles que representam o menor rendimento ou, mais precisamente, os menores fatores de iluminação. Neste caso, é oportuno mencionar que um projeto de iluminação deve sempre iniciar com a tarefa visual. Esta tarefa é própria do ambiente e está integralmente inserida dentro do aspecto da percepação visual e do seu desempenho. Assim, um projeto de iluminação deve atender inicialmente dois condicionantes básicos como: quantidade de luz ( definida através da iluminância) e qualidade da luz ( definida por luminância, temperatura e índice de reprodução de cor ). A luminância é fornecida nos catálogos de fabricantes de luminárias e o seu uso é conhecido por projetistas de iluminação. Já a temperatura da cor pode ser considerada como da ordem de 3000K visto que idosos tendem a "ver uma vida mais amarelada". Os índices de reprodução de cor devem ser, por essa razão, no mínimo com um valor de 85. Ao empregar luminárias modernas, indiretas ou semi-direta, com alto rendimento, fatalmente o projetista de iluminação estará atendendo aos requisitos da eficácia energética. Esta eficácia estará, assim, intimamente ligada com a tarefa visual.
Contraste e ofuscamentos devidos da luz do dia podem ser controlados mediante o uso de cortinas, cujos modelos variados se encontram no mercado. Áreas de transição entre iluminação externa e interna podem incluir uma área intermediária, adaptada à visão do idoso. Idosos lêem à noite e quando estão deitados, assim os abajures com focos de luz dirigidos, empregando lâmpadas fluorescentes compactas, mas sem serem ofuscantes.





Fonte: Lume Arquitetura por Gilberto José Corrêa da Costa

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