A combinação de luz natural e artificial no projeto tem dois objetivos principais: melhorar o conforto visual dos usuários e reduzir o consumo de energia elétrica. O aproveitamento da luz natural aparece como uma ferramenta eficiente na redução desse consumo, porém esta economia só ocorrerá caso haja uma integração inteligente com o sistema de iluminação artificial.
A conservação de energia está intimamente relacionada com a disponibilidade de luz natural, características do edifício, tipologia das aberturas e características do entorno imediato. Desta maneira, um sistema de iluminação artificial deve ser projetado a fim de complementar a luz natural por meio de circuitos independentes ou lâmpadas dimerizáveis a resposta aos níveis variáveis de iluminação natural do ambiente.
O cálculo de economia de energia será feito através da determinação do número de horas onde será necessário o acionamento da iluminação artificial, pois a iluminação natural estará suprindo essa demanda por luz. Assim, além da economia de energia na operação do edifício, haverá retorno do investimento financeiro destinado à implantação desses sistemas.
É importante destacar que a educação do usuário tem papel importante na economia de energia de um edifício. A educação para uso consciente do recurso 'energia' promove mudanças de hábitos arraigados, que demonstram o descaso e desperdício dos recursos naturais.
Quando se fala em conservação de energia, a questão térmica não pode ser dissociada da questão luminosa. O projetista deve analisar o tamanho das aberturas e a necessidade de sombreamento para evitar a incidência da radiação solar direta, levando-se em conta que as aberturas funcionam como uma "ponte"entre as condições internas e externas. O aumento das dimensões das aberturas implicará em um aumento da iluminância interna e também nos ganhos e perdas de carga térmica dentro da edificação.
É de suma importância o estudo da distribuição de luz natural ao longo do ano, para assim sugerir a forma e os métodos de controle do sistema de iluminação artificial. Sabe-se que o comportamento da luz natural no interior das edificações é de difícil avaliação devido à dinâmica própria de sua natureza: variabilidade em função da latitude, ciclos diários e sazonais, dados climáticos e influências do local.
No entanto, já existem hoje ferramentas de projeto que possibilitam tal avaliação.Os softwares que simulam o comportamento das iluminâncias, natural e artificial, apresentam-se como ferramentas promissoras na predição da luz interna durante a fase de projeção, auxiliando o profissional na concepção de ambientes que visem o melhor aproveitamento da luz.
Uma vez previsto o nível de iluminação natural que ocorrerá em um determinado ponto do ambiente, devem-se estabelecer estratégias para a sua integração conjunta com o sistema de iluminação artificial. Objetiva-se, desta forma, atingir níveis satisfatórios para a tarefa visual desempenhada no espaço, segundo normas específicas.
A integração entre a luz natural e a artificial pode ser realizada através das seguintes ações:
- Deteminação da estratégia de controle (automação)que fará a ligação entre a disponobilidade de luz natural e o sistema de iluminação artificial;
- Estabelecimento do layout das luminárias em sistemas independentes, de forma a complementar a luz natural ou atuar quando esta não estiver disponível;
- Escolha de lâmpadas e acessórios energeticamente eficientes;
- Escolha das luminárias apropriadas à estratégia de controle (automação );
Fonte: Lume Arquitetura por Daniela Pereira e Cecília Mueller (matéria completa na edição n.26). Imagem 1: Simulação de iluminação natural projetada no software RELUX por Angela Abdalla
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