Muito interessante este artigo que vou transcrever da Revista Lumière ( autores:Fábio Sanada e Diego Alves ) que demonstra quais os parâmetros luminotécnicos devem ser analisados para que o consumidor possa adquirir lâmpadas com tecnologia a LED sem se frustrar.
APLICAÇÃO
Primeiramente, o consumidor deve observar o local que pretende iluminar,se é um objeto que exige destaque especial,um ambiente que necessite de sensação visual mais aconchegante ou uma simples sala de trabalho. Não é difícil verificar o tipo de lâmpada correta, mas é de suma importância que características como Fluxo Luminoso, Intensidade Luminosa, Temperatura de Cor e Índice de Reprodução de Cor sejam avaliadas.
FLUXO LUMINOSO E INTENSIDADE LUMINOSA
O fluxo luminoso representado pela unidade lúmen (lm) é o parâmetro pelo qual é possível saber a radiação total que determinada fonte luminosa é capaz de proporcionar; já a intensidade luminosa representada pela unidade candela (cd) é a quantidade de luz que uma fonte emite por unidade de ângulo sólido (lúmen/esferorradiano) projetada em uma determinada direção e o valor está diretamente ligado à direção desta fonte de luz. Então, é importante que o consumidor verifique a lâmpada LED pelo fluxo luminoso ou para as lâmpadas que são utilizadas para projetar a iluminação em direções específicas, como as dicróicas, por exemplo, pela intensidade luminosa.
Atualmente, sem a normativa para os LEDS, fica difícil mensurar qual é o fluxo luminoso ou a intensidade luminosa para uma determinada potência, pois um mesmo modelo de lâmpada, com a mesma potência, pode apresentar diferentes níveis fotométricos para cada marca. A dica é tomar base pelo fluxo luminoso ou intensidade luminosa. Lembrando que uma lâmpada incandescente tradicional de 60W ou fluorescente compacta de 15W possui fluxo luminoso na faixa de 800 lumens; já uma lâmpada halógena dicróica de 50W com ângulo de 38° possui a intensidade luminosa na faixa de 1000cd aproximadamente.
TEMPERATURA DE COR
Na área de iluminação, a temperatura de cor é representada pela unidade Kelvin (K) e possui vários níveis, Comercialmente, os mais utilizados são os níveis de temperatura nas cores frias e quentes; as cores quentes ficam em torno da faixa de 2.500K ~3.500K, e as cores frias, entre 5.000K ~6.500K. Gera certa confusão quando a temperatura mais quente é mencionada como cor fria e vice-versa. Isto acontece, pois não está sendo levada em conta a temperatura na lâmpada fisicamente, e sim, a cor que ela irradia, ou seja, quando dizemos que uma lâmpada apresenta temperatura de cor mais fria, ela encontra-se na escala de cores frias, e o mesmo acontece quando dizemos que uma lâmpada apresenta temperatura de cor mais quente, pois é pelo fato da cor situar-se na escala de cores quentes.
O parâmetro temperatura de cor é importante para definir o tipo de sensação visual desejada, por exemplo: a cor mais fria proporciona um ambiente mais brilhante, ideal para utilização em banheiros, áreas de trabalho e cozinhas. Cores mais quentes são ótimas para iluminar ambientes, como sala de espera, dormitórios, sala de estar, dentre outros ambientes em que uma sensação visual mais aconchegante é adequada.
ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR
O índice de reprodução de cor é um parâmetro muito pouco observado pelo consumidor, pois poucos sabem que ele está entre os parâmetros mais importantes da iluminação.
Nunca confunda o índice de reprodução de cor (IRC) com temperatura de cor. O IRC determina com qual fidelidade as cores serão reproduzidas quando submetidas à determinada fonte de luz, e seus níveis vão de 0 a 100%, sendo que quanto mais próximo de 100% melhor, já que a temperatura de cor demonstra em qual escala de cor esta fonte de luz está situada, conforme explicado anteriormente. O IRC é referenciado pela luz do sol; então, quanto mais próximo a fonte de luz ( lâmpada) for da luz natural, os objetos apresentarão suas cores com mais beleza, conforto e fidelidade quando iluminados.
Então, para aplicações onde se deseje dar ênfase aos objetos ou destacar as cores, o IRC 100% é o ideal; todavia, hoje, o consumidor dificilmente encontrará no mercado, lâmpadas LED com IRC neste nível; portanto, índices acima de 80% são excelentes e viáveis par o tipo de aplicação em questão.Existem opiniões dizendo que o IRC na faixa de 65 a 75% é bom, mas já é de conhecimento público que o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) exigirá lâmpadas LED com, no mínimo, 80%, pois este é um nível que proporcionará uma boa iluminação.
CONCLUSÃO
Com a entrada em vigor da portaria para lâmpadas a LED do Inmetro, os produtos começarão a ter linearidade em suas características, mas, antes disso, o consumidor deve ser muito criterioso na compra de produtos para iluminação com tecnologia a LED. Atualmente, já é possível aplicar esta tecnologia de forma satisfatória; no entanto, os parâmetros como Fluxo Luminoso, Intensidade Luminosa, Temperatura de Cor e Índice de Reprodução de Cor devem ser muito bem analisados.
Fonte: Revista Lumière edição 125